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quinta-feira, 26 de julho de 2012

A Revolução Russa


Podemos definir a Revolução Russa como o movimento social ocorrido na Rússia, em 1917, que levou ao poder pela primeira vez na história a classe operária, implantando o socialismo de Karl Marx.

Contexto histórico
No início do século XX, o povo russo ainda era governado por um Czar. Nicolau II era um imperador com poderes ilimitados, cuja monarquia se pautava no direito divino dos reis, apoiado pela igreja Ortodoxa.
A Rússia concentrava a maior população da Europa, sendo a maioria trabalhadores rurais. Os preços das terras era muito elevado e os camponeses não tinham condições de adquiri-las. As atrasadas técnicas agrícolas acabaram desencadeando a fome e as revoltas. A classe operária vivia e trabalhava em condições precárias, tendo jornada de trabalho extensiva, de até 14 horas por dia e sem nenhum direito trabalhista.
Os operários resolvem lutar por melhores condições trabalhistas; surge o Partido Operário Social Democrata (POSD), cujos líderes Lênin e Trotsky, incentivaram a classe operária.

Durante o congresso do POSD, em 1903, ocorre a divisão do partido em dois blocos distintos, sendo eles:
  • Bolcheviques - Comandados por Lênin, defendiam a tomada do poder pelo proletariado, que, aliado aos camponeses, devia instalar o regime socialista de governo, por meio da ditadura.
  • Mencheviques - favoráveis a uma aliança entre o proletariado e a burguesia, como forma de tomar o poder. Para eles, a Rússia deveria primeiro se desenvolver economicamente, atingindo o capitalismo pleno, para depois fazer a revolução.
Em 1904, a Rússia entra em guerra com o Japão pela disputa de territórios, Manchúria e Coreia, mas sai derrotada, o que agrava a crise financeira do país.
Em 1905, ocorre o chamado Domingo Sangrento, que foi o massacre de centenas de russos pelas tropas do Czar Nicolau. O povo russo realizava uma manifestação para reivindicar uma Constituição, eleições, aumento de salário e redução de jornada de trabalho,em frente ao palácio do Czar, quando foram massacrados.
Após greves, protestos e levantes militares, o czar, pressionado, promete uma Constituição e cria a Duma, assembleia eleita pelo voto censitário. As promessas acalmam os ânimos dos Mencheviques e da burguesia, mas não dos Bolcheviques, que seguem organizando os sovietes (assembleias dos operários, camponeses e soldados) por várias partes do país, aumentando o movimento revolucionário.
Em 1907, Nicolau II desarticula os sovietes, manda prender e deportar os líderes socialistas e controla a Duma, causando o refreamento do movimento revolucionário.
Durante a Primeira Guerra, em 1914, onde a Rússia entrou ao lado da Inglaterra, os Bolcheviques se reorganizaram e incentivaram os motins populares e as deserções. A Rússia, mal equipada e sem suprimentos na guerra, perdeu a maioria dos jovens combatentes devido a fome e ao frio. Essa situação permitiu aos aliados da Tríplice Aliança a ocupação do território russo.

A Revolução - 1917
A crise socialista era incontrolável. Em março de 1917, o czar foi preso com sua família.
Logo após, forma-se o governo provisório com elementos do grupo liberal burguês e dos Mencheviques, que se mantiveram no poder até outubro desse mesmo ano.
A partir de outubro, o partido comunista Bolchevique toma o poder e instaura o governo socialista presidido por Lênin. As grandes propriedades foram abolidas, as fábricas nacionalizadas e os operários assumiram sua direção.
Também presidido por Lênin, o Conselho dos Comissários do Povo retirou a Rússia da Guerra, após assinar o Tratado de Brest Litóvski (1918), pelo qual perdeu grande parte de seu território, como Letônia, Finlândia e Polônia.
Em seguida à implantação do regime socialista, a Rússia entra em guerra civil, entre 1918-1920; a burguesia russa se levanta contra o novo regime socialista. A guerra civil entre os brancos (opositores ao comunismo) e os vermelhos (Bolcheviques) toma conta do país. Os brancos são derrotados em 1921; o país estava arruinado, o que leva Lênin a recuar no processo de socialização.
Lênin adota uma Nova Política Econômica (NEP), visando liberalizar a economia. O governo concedeu certas facilidades à iniciativa privada, porém reservou ao Estado todo o controle sobre as terras, bancos, comércio e da grande indústria. Houve o rápido crescimento da URSS- formada em 1922 (Rússia Branca, Ucrânia e Transcaucásia), devido ao isolamento da Rússia pelos países capitalistas, que a baniram da relações internacionais.
O partido comunista instaura a ditadura, baseando-se na existência do partido único.

Relação entre a Primeira Guerra e a Revolução Russa
A Rússia, entrando no conflito, agravou seus problemas internos (pobreza, miséria) e suas perdas durante a Primeira Guerra foram muito grandes. A entrada do país na guerra fez com que o processo revolucionário fosse deflagrado. Ambos os conflitos ocorrem ao mesmo tempo, sendo que a Rússia só abandona a Primeira Guerra com a chegada de Lênin ao poder.

A Ditadura Stalinista
Após a morte de Lênin (1924) o poder foi disputado entre Trotski e Stalin; o segundo saiu vitorioso. Stalin expulsou Trotski do Partido Comunista e ordenou sua deportação do país, governando a URSS até o ano de 1953.
A polícia política (KGB) ocupava uma posição de destaque, agindo como principal repressor ditatorial na Rússia. Ela perseguia e executava os inimigos do governo.
Durante seu governo, Stalin aboliu a NEP e implantou os Planos Quinquenais, responsável pela economia planificada, nacionalizando a indústria e o comércio. Isso fez com que o país tivesse êxito no progresso industrial nas áreas de petróleo, maquinaria e eletrificação.

Consequências
  • Fortalecimento dos movimentos operários em todo o mundo, incluindo o Brasil;
  • Criação de partidos comunistas em todos todos países, inclusive no Brasil;
  • Implantação do socialismo na China e em outros países;
  • Criação da ideia do "Perigo Vermelho", por parte da burguesia;
  • Tentativa de implantação do socialismo, governos socialistas, em outros países.

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